Dom Eugenio Sales abrigou no Rio mais de quatro mil pessoas perseguidas por regimes militares
O texto já começa assim:
Expoente da ala conservadora da Igreja Católica no Brasil, o cardeal-arcebispo D. Eugenio Salles ofereceu proteção a quatro mil pessoas que fugiam das ditaduras do Cone Sul entre 1976 e 1982.Deus do céu, quando é que vão parar com essas coisas de "conservador" e "progressista"? Como diria o padre Quevedo, "isso non ekziste".
Por "progressista" a mídia costuma entender os padres, bispos e até cardeais que defendem coisas do tipo a abolição do sexto mandamento, a ordenação de mulheres, a mistura de catolicismo com marxismo, essa palhaçada toda. Por exemplo, dom Cappio, o bispo suicida e desobediente ao Papa, seria classificado como "progressista". Dom Tomás Balduíno, que apóia invasões de terra contrariando o que João Paulo II disse várias vezes, seria um "progressista". Dom Pedro Casaldáliga, que chama o Papa Bento XVI de Pilatos em um artigo após a condenação de Jon Sobrino, é um "progressista". As diab... quer dizer, "Católicas" pelo Direito de "Decidir" seriam "progressistas".
Já os "conservadores" são aqueles que, naquela leitura distorcida que os jornais costumam fazer, são chegadíssimos à repressão sexual, à predominância dos homens do sexo masculino na Igreja e à excessiva concentração de poder em Roma. Ou, em outras palavras (sem o preconceito anticatólico), os que defendem a doutrina católica em sua integridade. Dom Eugênio Sales, dom José Cardoso Sobrinho, o Opus Dei, os Legionários e o Regnum Christi, e por aí vai.
Dom Eugênio Sales (foto tirada do blog O Ultrapapista Atanasiano) - reparem nas bandeirinhas: Brasil e Vaticano. Imagino que no escritório de certos bispos a bandeirinha amarela e branca não tenha lugar, porque as preferidas são bandeirinhas vermelhas.
Uma vez entrevistei o teólogo Antonio Marchionni, que me disse um negócio bem simples. Na Igreja não existe divisão entre conservador ou progressista, direita ou esquerda; a divisão é entre quem é fiel à doutrina e quem não é. Quando a mídia rotula gente como dom Cappio, dom Tomás ou dom Pedro de "progressistas", dá a impressão de que é lícito contrariar o Papa, defender a Teologia da Libertação ou as invasões dos baderneiros sem-terra, ou achar que não tem problema abortar. Só que nada disso encontra lugar dentro da Igreja: tudo isso já foi condenado.
Além disso, "progresso" supõe um movimento para melhor, e não um movimento qualquer. Na cabeça dos meus colegas jornalistas, os "progressistas" são aqueles que querem "que a Igreja mude", e ponto. Bom, lá onde trabalham esses bispos, a coisa mudou para melhor? Nas dioceses infestadas pela Teologia da Libertação, onde bispos e padres deixaram de falar de Deus para falar de fazer a revolução proletária, é onde melhor se aplica a triste frase segundo a qual a Igreja fez a opção preferencial pelos pobres, e os pobres fizeram a opção preferencial pelos evangélicos...
Um comentário:
Muito boooom! O comentário da preferência pela bandeirinha vermelha ao lado da verde e amarela foi engraçadíssimo. O mais cômico, no entanto, é que não precisa fazer muito para que estes expoentes da anti-doutrina na Igreja se vejam em situação de chacota. Seguir por um caminho paralelo ao recomendado por Roma é apenas uma ilusão. Não raro vemos muitos deles quebrando a cara e pedindo para serem reinseridos no seio da Igreja. A última frase também foi muito correta e sensata.
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