sexta-feira, 7 de março de 2008

O que a decadência faz...

Vocês devem se lembrar de Paulo Henrique Amorim. Um dia ele foi da Globo. Hoje nem sei por onde anda, exceto pelo fato de ele ter um blog no iG. Numa coluna, Diogo Mainardi escreveu que a carreira de Paulo Henrique Amorim estava na descendente, o jornalista não gostou e entrou com processo, e perdeu. O juiz, para completar a humilhação, ainda justificou na decisão que, para quem já havia ocupado horário nobre na Globo, ter a posição que tem agora realmente representa estar com a carreira em declínio.

Pois bem, agora Paulo Henrique Amorim resolveu bater forte no ministro Carlos Alberto Direito por sua decisão de pedir vistas no julgamento da pesquisa com células-tronco. O jeito de escrever de PHA é curioso: ele gosta de seqüências de várias frases curtas. Não sei se isso é questão de estilo (bem ruinzinho, diga-se de passagem) ou é causado também pelo declínio na carreira jornalística - Deus queira que nunca aconteça comigo, e que eu envelheça sabendo escrever parágrafos inteiros de tamanho respeitável para expressar minhas idéias.

Anyway: uma das brincadeiras prediletas de PHA é chamar o ministro Direito de "fundamentalista". Aliás, ele também chama a causa contra a pesquisa com embriões de "fundamentalista". Convenhamos - o adjetivo tem carga pejorativa, mas, como diz o ditado, há malas que vão pra Belém. Uma coisa que não se pode negar é que no nosso lado (o lado contra a destruição de embriões) o que não falta é fundamento: fundamento científico, fundamento legal, fundamento ético. Então acho até que dá pra dizer mesmo que somos fundamentalistas, e dos bons, já que estamos cheios de fundamento.

Especialmente divertido foi ler o seguinte:
O Ministro Direito é católico militante e está à direita da Opus Dei e do Papa Bento XVI.
Não sei o que significa estar "à direita" do (é masculino) Opus Dei e do Papa. Aliás, falando em Bento XVI, vamos recordar o que ele disse, quando ainda era cardeal Ratzinger, na homilia da missa Pro Eligendo Pontifice, em abril de 2005:
Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento... A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muitas vezes agitada por estas ondas lançada de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem, ao colectivismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante. Cada dia surgem novas seitas e realiza-se quanto diz São Paulo acerca do engano dos homens, da astúcia que tende a levar ao erro (cf. Ef 4, 14). Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, muitas vezes é classificado como fundamentalismo. Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar "aqui e além por qualquer vento de doutrina", aparece como a única atitude à altura dos tempos hodiernos. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades.
Agradeçamos a Deus por Bento XVI!

6 comentários:

Antipríncipe disse...

Márcio,

Meu nome é Carlos Eduardo e estou aproximando-me da Santa Igreja Católica, de onde mantive-me afastado por mais de 10 anos. Moro no Rio e freqüento a Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos. Quero te dizer que achei muito legal o seu blog, que acabei de conhecer e pretendo visitar sempre. Quanto ao PHA, não liga para ele, não. O Reinaldo Azevedo e o Diogo já se incumbiram de demoli-lo, o que não é, aliás, tarefas das mais difíceis.

a paz de Cristo!

Anônimo disse...

Caro Márcio,

Permita-me apresentar também o meu testemunho de retorno à Igreja Católica, tendo-a abandonado há muito tempo.

Claro que motivos diversos me trouxeram de volta à Igreja, mas um grande catalizador foi esse anti-catolicismo estúpido, pretensamente alicerçado em bases científicas.

Aliás, num mundo cada vez mais cientificista, sobram esses PHAs, não somente no meio jornalístico, mas em todos os outros setores da sociedade. Hoje, o modismo é soltar pérolas e pérolas de asneiras, alegando respaldo na "ciência". Em contraposição, a religião estaria a representar os inimigos do progresso científico, os "obscurantistas" do imbróglio (é assim que se escreve?) de um conflito entre fé e razão.

Tanto cientificismo faz a ciência parecer uma entidade concreta, reguladora da vida humana, uma espécie de castelo da obra homônima de Kafka.

O fato é que do muito que se fala em seu nome, pouco se extrai de verdadeiramente científico.

Abraço

Anônimo disse...

Agradeçamos a Deus por Bento XVI![2]

Betto Lima disse...

Só para constar o PHA está trabalhando na TV Record! Precisa dizer mais alguma coisa?

Ecclesiae Dei disse...

Agradeçamos a Deus por Bento XVI e por católicos de peso que defendem nossa Santa Igreja. Gosto muito desse teu espaço.
A Paz de Jesus esteja contigo.

Anônimo disse...

Foi uma grata surpresa descobrir que meu amigo Marcio Antonio tem um blog que aborda um tema tão importante. Não é novidade para ninguém que a mídia quando fala de Igreja é sempre leiga, e por sinal uma leiga muito mal intencionada.
Para qualaquer assunto (esportes, cinema, economia, política) os telejornais possuem um especialísta, mas quando o assunto é Igreja isso é dispensável, seria muito oneroso pagar alguém para isso quando todos querem e "podem" dar o seu palpite!