domingo, 18 de maio de 2008

Meus colegas andam muito preguiçosos

Está rodando por aí a notícia de que a Justiça baiana mandou recolher livros do monsenhor Jonas Abib. Quem me conhece sabe que não morro de amores pela RCC, especialmente pelos abusos litúrgicos e pela "ordinarização do extraordinário", mas o assunto não é esse. Essa matéria do Terra segue a mesma linha de tudo o mais que eu já li sobre o assunto:

Justiça da Bahia manda recolher livro de padre

A acusação:

O promotor Almiro Sena alegou que Abib faz "afirmações inverídicas e preconceituosas à religião espírita e às religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, além de flagrante incitação à destruição e ao desrespeito aos seus objetos de culto".
E a matéria fica por aí. Será que nenhum repórter teve a capacidade de conseguir um exemplar do livro para verificar se as afirmações do promotor têm procedência? Só porque o promotor falou, é isso mesmo? Como é que temos na imprensa trechos completos da tal carta do Einstein leiloada recentemente, mas não temos uma linha sequer do livro censurado? Com a resposta, os repórteres.

3 comentários:

Anônimo disse...

Márcio, peço-lhe licença para fugir um pouco ao assunto do post, apenas para tecer um comentário sobre Einstein e a opinião desse cientista quanto à religião.

Aliás, que "coincidência" essa carta vir a lume justo agora, não, em plena era de fanatismo ateísta, intolerante com a religião e cínico com os crentes. Talvez, carentes de um argumento de autoridade mais reconhecida que o bocó do Dawkins, resgataram o ponto de vista de Einstein, eivado de preconceito e superficialidade, como toda abordagem cientificista, puramente materalista das questões espirituais.

Como era de se esperar, magazines rançosos contra a religião, como a Veja, publicaram as frases infelizes do cientista em destaque, sem mencionar, por exemplo, a contradição que o próprio traz quando se considera o quanto ele usava e abusava do "argumento Deus", em especial na querela da incerteza quântica. Einstein, na rodada de Copenhagen chegou a ser provocado por Bohr para não dizer a Deus o que fazer. Então, peló próprio cientista alemão, ele seria um dos "fracos humanos" que recorrem à palavra Deus.

Enfim, não basta citar as frases ateístas de Einstein, mas deveria-se também comparar essa carta com toda a trajetória de vida do cientista, na qual tanto recorreu à palavra Deus, seja em que sentido ele tivesse o termo em mente.

Anônimo disse...

hehe, depois de 1 milhão de cópias vendidas o promotor foi descobrir algo no livro...

que gênio!

depois da história do QI dos baianos qualquer coisa virou preconceito na Bahia.

Jônatas Dias Lima disse...

Se não foram nem atrás do livro, cobrar um telefonema para o padre censurado seria demais, né ?!