Já posso até imaginar a Gaystapo (vi essa felicíssima expressão na internet, assim que eu lembrar o autor eu coloco aqui) organizando aquelas demonstrações de intolerância típicas do "pluralismo" atual: todo mundo quer que a Igreja seja tolerante, mas ninguém quer ser tolerante com a Igreja.

Pois bem, o discurso do Papa está aqui, em italiano. Essa frase do Papa, segundo a qual "salvar gay é tão importante quanto salvar florestas", simplesmente não existe. Verdade que a Reuters não colocou isso entre aspas, mas o fato é que no discurso não há nada nem remotamente parecido com isso.
O que o Papa realmente disse?
As florestas tropicais merecem, sim, nossa proteção, mas não a merece menos o homem, como criatura.A Reuters publica corretamente muitas das aspas do Papa, mas escorrega justamente no principal, que escolheu como manchete. Uma escolha absurda, feita apenas para chamar a atenção, sem compromisso nenhum com a verdade. O Papa diz que é importante salvar o homem - todos os homens, não apenas os gays - da autodestruição.
Na verdade, eu percorri o discurso todo e nele não existe uma menção qualquer à homossexualidade. O que o Papa faz é a defesa do casamento. A Reuters escreveu:
Ele afirmou que os comportamentos que vão além das relações heterossexuais são "a destruição do trabalho de Deus".Mas o discurso afirma
Aqui se trata do fato da fé no Criador e na escuta da linguagem da criação, cujo desprezo seria uma autodestruição do homem e, assim, uma destruição da própria obra divina.Enfim, a Reuters pega toda uma abordagem sobre o comportamento humano, a vontade de ser autosuficiente, o orgulho que faz o homem prescindir de Deus, e a reduz... a sexo. "Frangamente", como diz a Tamara, lá da comunidade Católicos do Orkut...