quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Não dá pra ser indulgente com isso

O David Redmerski me mandou no começo da semana o PDF da matéria da Veja desta semana sobre as finanças do Vaticano. Estava indo tudo muito bem até mudar de página. Aí lemos a seguinte aberração:
A venda pela Igreja Católica de cartas de indulgência, que absolviam os pecados do comprador, esteve no centro da controvérsia que levou à Reforma Protestante


Gravurinha de Cranach, o Velho, com o Papa vendendo indulgências. Já naquela época eles não sabiam o que escreviam, nem o que desenhavam.

Quantas, Senhor, quantas vezes terei de explicar aos meus colegas que indulgência não é o perdão dos pecados? Para um católico, o perdão dos pecados só se consegue com a confissão. Indulgência é outra coisa: é a remissão da pena temporal devida pelos pecados já perdoados -- a confissão sacramental apaga a culpa, o que já é suficiente para recuperar o estado de graça, mas a pena devida permanece. Ou ela é paga aqui, com obras de caridade e penitência; ou é paga no Purgatório (com juros e correção monetária); ou é cancelada pelas indulgências. Acontece que, na época da construção das grandes catedrais, a contribuição financeira também era obra recompensada com indulgência, o que levou à criação dessa verdadeira lenda urbana.

Ah, eu mencionei que para conseguir a indulgência é preciso ter se confessado antes?

7 comentários:

Captare disse...

É complicado alguém acertar quando fala de indulgências. Apesar de o Prof. Felipe Aquino já ter escrito um livro sobre isto, muita gente ainda teima em dizer que a Igreja vendia a salvação ou o perdão dos pecados na Idade Média.

Não podemos ser indulgentes com essa gente...

Antipríncipe disse...

Sabe de uma coisa? Eu aprendo muitas coisas lendo o seu blog. Assim, o Pai não perderá seu tempo me perdoando pelo que falo e escrevo (he, he, he...).

Emanuel Jr. disse...

Já mencionou sim Márcio e muitas vezes. Só não ouviu (leu) quem não quis. E olha que muita gente continua não querendo. Sendo assim, melhor continuar repetindo até a eternidade, mas continuar.

Menina Trader disse...

Oi Márcio, realmente adorei seu blog, pena que você não tem RSS.. mas anyway, já está na lista de favoritos!!
meus parabéns pelo trabalho, muito esclarecedor e importante!
Abraços
Deus te abençoe

Anônimo disse...

Voce já leu a ultima edição da revista historia viva?Esses ataques são sincronizados,mesmo conteudo,ao mesmo tempo,em varios veiculos.Esses maçons....

Anônimo disse...

Atualiza, atualiza, atualiza! :)

tht disse...

Não sou o Genésio, mas vou exercer meu lado esotérico: "Vai ter que explicar múltiplas vezes"

Ocorre que até mesmo muitos católicos não sabem o que é uma indulgência, confundindo-a com uma série de coisas e, por vezes, sequer tendo noção de que condições são necessárias para obtê-las. Também, em tempos de confissões comunitárias, o que se almejaria?

Mas um raciocínio simples dissiparia qualquer dúvida: Se a confissão, que até não católicos conhecem, perdoava os pecados e, melhor de tudo, era grátis; se indulgência é perdão de pecados, então por que pagar? É simplesmente não razoável! É claro que, no afã de bater na Igreja, ninguém gosta de pensar muito. Aliás, hoje em dia, tá difícil pensar em qualquer coisa...

Da DDRL, libera nos.

Pax,